Carioca, 40 anos e ex-jogador consagrado nas quadras. Esse é o perfil do novo treinador da Assaf. Vandré Costa foi anunciado na manhã de ontem e chega neste domingo em Santa Cruz do Sul para assumir o comando do time tricolor e tentar reverter a campanha modesta na Série Ouro. A experiência como atleta pesou para a contratação, numa tentativa da direção de ter uma voz forte de comando no vestiário. Durante 22 anos, Vandré foi jogador profissional de futsal. No seu currículo estão três campeonatos nacionais e um Mundial de Clubes – pelo Inter em 1996 –, além de estaduais do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Pernambuco. No final da década de 1990, também passou pela seleção brasileira, na mesma geração de Fininho e Manoel Tobias.
No ano passado, jogando pelo Capivari, de Santa Catarina, trocou o uniforme pelo abrigo e passou a treinar o time na metade do campeonato estadual. De uma campanha pífia, a equipe partiu para uma arrancada que parou apenas na semifinal do torneio, diante do Joinville. O resultado lhe rendeu o convite para treinar a Associação Desportiva Universitária (ADU) na Liga Futsal. Pelo time de Tubarão, porém, a campanha não foi boa. Em dez jogos, foram apenas duas vitórias, quatro empates e mais quatro derrotas.
O seu último tropeço pela ADU, que lhe custou o emprego, foi contra a Assoeva/Unisc/ ALM/Venax em Santa Catarina. E coincidentemente é o time de Venâncio Aires o primeiro adversário de Vandré na Assaf, na próxima quinta-feira. Como precisa acertar detalhes da transferência da universidade onde estuda e da mudança, Vandré chega em Santa Cruz apenas no domingo à tarde. Ele terá três dias de trabalho até o clássico regional.
TREINADOR SE DIZ FELIZ EM VOLTAR AO RS
A saída de Vandré da ADU ocorreu há 15 dias. O primeiro contato da Assaf ocorreu na quarta- feira. Em 24 horas, as duas partes acertaram os detalhes do contrato e o treinador foi anunciado oficialmente. “Foi uma surpresa boa. A negociação foi rápida e eu estou muito feliz em voltar ao futsal gaúcho. Foram sete anos como jogador no Rio Grande do Sul”, diz.
Rápida também foi a mudança de dentro para a beira da quadra. Vandré assumiu o comando do Capivari em julho do ano passado, ou seja, há dez meses. “Fizemos uma boa campanha e veio o convite da ADU para disputar a Liga Futsal. Me assustei um pouco no início. Eu queria seguir como treinador, mas não esperava um desafio desses logo no início. Infelizmente a equipe não vingou”, relata.
Como não conhece todo o grupo da Assaf, o treinador prefere esperar sua chegada em Santa Cruz para comentar sobre possíveis reforços. Mas antes de vir, ele já deixou um recado para os atletas. “Eu sou um treinador que estou do lado do jogador. Fui atleta e vejo o lado de quem joga . A cobrança tem que existir, claro, mas se o jogador trabalhar com má vontade, as coisas não dão certo. Eu vou tentar passar tranquilidade”, avisa.
DIREÇÃO QUER TÉCNICO FALANDO A LINGUAGEM DO JOGADOR
Segundo o presidente da Assaf, Paulo Meinhardt, a experiência de Vandré como jogador pesou na escolha. “Tínhamos umas cinco ou seis opções e a negociação com ele foi rápida e tranquila. Nós procurávamos alguém que fosse atleta. Alguém que entre no vestiário e fale alguma coisa na linguagem do jogador”, explica o mandatário.
Mesmo com pouca vivência como treinador, Vandré tem o crédito da diretoria. “Ele não é uma aposta. Conseguiu um resultado muito bom com um time mediano no Catarinense do ano passado. E confiamos que a trajetória dele na Assaf será vitoriosa”, afirma Meinhardt.
FONTE: Jornal Gazeta do Sul
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